quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Astrônomos anunciam descoberta de novo sistema solar que pode conter água e vida.

   "Astrônomos europeus e americanos anunciaram a descoberta de sete planetas do tamanho da Terra, situados a apenas 40 anos-luz de distância. Três deles, de acordo com cientistas, poderiam ter água em suas superfícies, o que poderia resultar na existência de vida".


   O sistema, formado em torno da já conhecida estrela-anã superfria TRAPPIST-1, tem o maior número de planetas em dimensões semelhante aos da Terra já encontrados e o maior números de mundos com condições favoráveis à existência de água.
   A descoberta foi anunciada na revista científica Nature.
   Para encontrar os planetas, os cientistas utilizaram telescópios em terra e no espaço, incluindo o Grande Telescópio ESO, no Chile. Os corpos celestes foram localizados quando passaram em frente à estrela, que tem tamanho e brilho menores que o Sol, a TRAPPIST-1 tem apenas 8% da massa solar e é apenas um pouco maior que Júpiter.
   A passagem dos planetas causou oscilações no brilho da TRAPPIST-1 e permitiu aos astrônomos a deduzir informações sobre tamanho, composição e órbita destes mundos, bem como as temperaturas (em pelo menos seis planetas, elas seriam semelhantes às da Terra).

Comparação de tamanhos entre o Sol e a estrela-anã TRAPPIST-1

   "A energia de estrelas-anãs como a TRAPPIST-1 é muito mais fraca que a do Sol, e os planetas em sua órbita teriam que estar em órbitas muito mais próximas que a do Sistema Solar para que houvesse a existência de água. Mas esse tipo de configuração compacta é justamente o que vemos nesse sistema", explica um dos autores do estudo, Amaury Triaud, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
   As órbitas dos planetas são as mais próximas da estrela-anã do que a de Mercúrio junto ao Sol, mas as dimensões reduzidas da TRAPPIST-1 fazem com que esses planetas recebam uma quantidade de energia similar a de planetas como Vênus, Terra e Marte.

Impressão artística mostrando o sistema TRAPPIST-1, astrônomos acreditam que três dos sete planetas podem conter água líquida. 

   Os corpos celestes também tem períodos de translação bem menores do que os do Sistema Solar. O mais próximo da estrela (TRAPPIST-1 b), por exemplo, completa a volta em torno da estrela em menos de dois dias terrestres (Mercúrio por exemplo, leva cerca de 88).
   Todos os sete planetas descobertos nesse sistema podem potencialmente conter água em suas superfícies, mas modelos climáticos feitos pelos astrônomos sugerem que os planetas batizados até agora apenas de TRAPPIST-1 e, f e g estão no que a astronomia determina como uma possível "zona habitável" (órbitas em que a superfície pode conter água líquida sob as condições ideais de pressão atmosférica).
   Os cientistas acreditam que a descoberta dos planetas torna TRAPPIST-1 um alvo de estudo importante para a busca da existência de água e mesmo vida fora da Terra.



Com informações de: http://www.bbc.com

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

O céu dessa noite terá um show com um eclipse lunar e a passagem de um cometa


À esquerda Lua cheia normal e a direita a Lua com o eclipse penumbral 
 
   Na noite dessa sexta-feira (10) e madrugada do sábado, dois fenômenos astronômicos vão atrair os olhares para o céu: a passagem do cometa 45P/  Honda- Mrkos- Pajdusáková e um eclipse penumbral da lua.
   O eclipse lunar deve ocorrer por volta das 20h, quando parte da lua ficará com menos brilho pela sombra da Terra. O fenômeno ocorre quando o nosso planeta se posiciona entre o Sol e a Lua.
   O eclipse será visível na maior parte do leste da América do Sul, leste do Canadá, na Europa, na África e na Ásia Ocidental. No entanto, ele não deve encobrir a Lua, apenas escurece-la.
   "O melhor horário para se observar será às 22hs44m, mas por ser pernumbral, é muito difícil de ser notado, pois a alteração do brilho da Lua é muito sutil", explica a professora Sandra dos Anjos, do Instituto de Astronomia, Geofísicas e Ciências Atmosféricas da USP.
 
 Imagem do cometa 45P/Honda-Mrkos-Padjusáková
 
   Além do eclipse, logo nas primeiras horas da madrugada do sábado o Cometa 45P/Honda-Mrkos-Padjusáková deve passar pela órbita da Terra. Mas calma, não se trata de um meteoro vindo em direção ao planeta.
   De acordo com a NASA (Agência Espacial Americana), ele deve passar a uma distância de quase 12 milhões de quilômetros. O objeto esverdeado será visível com o uso de binóculos e telescópios, no céu da manhã, na constelação de Hércules. Descoberto em 1948, este cometa aparece a cada 5 anos e tem estado visível desde dezembro, de acordo com os astrônomos. A próxima passagem do 45P ocorrerá em 2022.
   Mas se você não tem instrumentos, não fique chateado.
   No próximo dia 26 de fevereiro acontece um eclipse solar. O evento será parcialmente visível no Brasil e melhor apreciado para quem estiver ao Sul do país. Já o eclipse que ocorre em 21 de agosto deve ter melhor visualização nas regiões norte e nordeste.



   Com informações de: https://noticias.uol.com.br

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Telescópio espacial capta imagem rara da morte de uma estrela

O telescópio espacial Hubble registrou o momento exato da morte de uma estrela, um fenômeno que os astrônomos raramente conseguem ver.


   A imagem mostra uma estrela, chamada de gigante vermelha, no seu estágio final, no qual libera nuvens de gás e poeira para se transformar em uma nebulosa planetária.
   A imagem da Nebulosa Cabalash foi divulgada pela ESA e pela NASA, as agências espaciais européia e americana, respectivamente.
   Por conter muito enxofre, ela também é chamada de Nebulosa do Ovo Podre - quando combinados com outros, o elemento produz um mau cheiro característico, que lembra o de um ovo estragado.
    "Por sorte, o fenômeno acontece a 5 mil ano-luz da Terra, na constelação de Puppins (ou Popa)",diz, com bom humor, a ESA em uma nota sobre a descoberta.
   Os jatos de gás - que aparecem em amarelo - e a poeira cósmica são liberados em direções opostas a uma velocidade de 1 milhão de quilômetros por hora, explicam os cientistas.
   Os astrônomos dificilmente conseguem capturar esta fase da evolução das estrelas porque ela se dá "num piscar de olhos, em termos astronômicos", segundo a ESA.
   No cálculo dos cientistas, a nebulosa terá se desenvolvido completamente daqui a mil anos.
   As estrelas tem diferentes fases de evolução, que duram bilhões de anos. Quase no fim da vida, elas se transformam em gigantes vermelhas, que se tornam nebulosas planetárias e, por último, anãs brancas.
   Os astrônomos calculam que o Sol, por exemplo, se tornará uma gigante vermelha daqui a cinco bilhões de anos.
   Quando isso ocorrer; afirmam os cientistas, ele ficará 200 vezes maior e deverá "engolir" os planetas do Sistema Solar, entre eles a Terra.



Com informações de: http://www.bbc.com
 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O estranho objeto encontrado pela NASA em Marte

"Um robô da NASA, a agência espacial americana, descobriu o que pode ser um meteorito metálico na superfície de Marte."


   Se confirmado, seria o terceiro objeto encontrado pelo jeep-robô Curiosity desde Agosto de 2012, quando pousou na superfície do planeta.
   Uma imagem do objeto, feita no último dia 12 e disponibilizada no site da NASA, revela que ele Já foi "escaneado" pelo raio laser que o veículo usa para vaporizar partes da superfície de amostras, enquanto um espectrômetro detecta sua composição através da análise de nuvem de plasma provocada pelo raio.
   As imagens sugerem que o suposto meteorito pode ser feito de uma combinação entre ferro e níquel, e se isso for confirmado pela análise de dados coletados pelo Curiosity, se saberá que ele foi formado a partir do núcleo de um asteroide. As imagens também revelam que o objeto tem sulcos compatíveis com o atrito de entrada na atmosfera de um planeta.


   "O objeto foi batizado de Ames Knob e lembra outro meteorito examinado pelo Curiosity em Novembro, e cujo análise revelou uma composição de ferro e níquel", disse Guy Webster, um porta-voz da NASA, ao site americano IFL Science.
   Veículos-robô em Marte já encontraram sete meteoritos metálicos no planeta (pelo menos sete já foram localizados por outros veículos americanos, o Opportunity e o Spirit), mas o interessante disso tudo é essa particularidade de seu perfil. Na Terra, 95% dos meteoritos encontrados são rochosos.
   Por que isso ocorreu? Pode ser fruto da diferença de ambientes entre os dois planetas no que diz respeito à erosão. Ou pelo fato de o terreno escarpado de Marte tornar mais difícil a localização de rochas específicas.


   A ausência de oxigênio e água na atmosfera de Marte impede a oxidação de objetos metálicos, que são erodidos pelo vento e mudanças de temperaturas.
   Observações iniciais das imagens sugerem, de acordo com a revista New Scientist, que o meteorito pode ter caído há relativamente pouco tempo, pois sua superfície parece suave e brilhante - ele ainda não teria sido erodido. Só que também pode se tratar de um meteorito antigo que foi polido pelas violentas tempestades de areia que atinge o planeta.
   O Curiosity percorreu mais de 15 km desde que pousou no interior da cratera Gale, há quatro anos e meio. Os cientistas americanos esperam tentar criar uma linha de tempo para as transformações ambientais sofridas pelo planeta - acredita-se que, por exemplo, que a cratera, hoje um imenso deserto assolado por ventos, já foi um imenso lago que poderia ter abrigado algum tipo de vida.



Com informações de: http://www.bbc.com

sábado, 21 de janeiro de 2017

Cientistas identificam onda de gravidade gigantesca na atmosfera de Vênus



   Uma gigante onda de gravidade na atmosfera de Vênus pode ser a maior de seu tipo no Sistema Solar.
   Astrônomos dizem acreditar que a formação, observada de uma nave espacial japonesa, teria sido gerada de modo "muito semelhante" às ondulações formadas quando a água flui sobre as rochas em um leito de riacho.
   Nesse caso, a onda é formada pelo fluxo da baixa atmosfera sobre as montanhas de Vênus.
   As descobertas foram publicadas na revista científica Nature Geoscience Journal .
   Logo depois de entrar na órbita de Vênus, em 2015, a nave espacial Akatsuki registrou um fenômeno em forma de arco na atmosfera superior do planeta por vários dias.
   Curiosamente, a estrutura brilhante- que se estende por 10 mil km (23 vezes a distância entre o Rio de Janeiro e São Paulo) -permaneceu fixa no topo das nuvens de Vênus.
   O fenômeno surpreende porque na expressa atmosfera superior de Vênus as nuvens se movimentam a 360 km/h.
   Ou seja, se locomovem muito mais rápido do que a lenta rotação do planeta abaixo delas, onde 1 dia dura mais do que o tempo que o planeta leva para orbitar em torno do Sol.
   Makoto Taguchi, da Universidade de Tóquio, Atsushi Yamasaki, da Agência Aerospacial do Japão (Jaxa) e outros cientistas mostraram que a zona luminosa ficou parada sobre uma região montanhosa na superfície do planeta, conhecida como Aphrodite da Terra.
   Eles também descobriram que ela era mais quentes do que as partes circundantes da atmosfera.

Ilustração artística da Sonda Akatsuki se aproximando da atmosfera de Vênus

Fenômeno espacial
   Segundo os cientistas, o fenômeno é o resultado de uma onda de gravidade gerada na medida que a atmosfera mais baixa atravessa as montanhas e se espalha para cima através da atmosfera expressa de Vênus.
   As ondas de gravidade ocorrem quando um fluído -como um líquido, gás ou plasma  -é deslocado de uma posição de equilíbrio.
   "Se um córrego flui sobre uma rocha, as ondas de gravidade se propagam para cima através da água. Na superfície do córrego, seria possível perceber alterações em sua altura", explica à BBC Colin Wilson, cientista planetário da Universidade de Oxford, da Inglaterra, que não participou da pesquisa.
   "Mas o que acontece em Vênus é diferente, porque estamos vendo o fenômeno acontecer em meio a temperaturas máximas das nuvens. As partículas atmosféricas estão se movimentando para cima e para baixo, tal como as partículas da água, acrescenta.
   O estudo, de acordo com os pesquisadores, "mostra sua evidência direta da existência de ondas de gravidades estacionárias (fixas), e também indica que tais ondas de gravidade estacionárias pode ter uma escala muito maior - talvez a maior já observada no Sistema Solar.
   "O que torna esse fenômeno especial é que ele se estende de polo à polo em Vênus", destaca Colin.
   "Acontece que não há uma formação como essa em Júpiter porque, como a rotação do planeta é muito mais rápida, sua atmosfera é dividida em cinturões. A rotação lenta de Vênus permite, por outro lado, uma formação desse tipo", acrescenta o especialista.
   Ainda não se sabe se as ondas de gravidade geradas pela topografia montanhosa de Vênus pode se movimentar para as partes superiores das nuvens do planeta.
   Mas as observações indicam que a dinâmica atmosférica pode ser mais complexa do que os cientistas inicialmente previam.
   Wilson participou da missão Vênus Express, da Agência Espacial Europeia, que terminou em Dezembro de 2014, perto do fim da expedição, a nave espacial detectou sinais de atividade vulcânica no planeta vizinho da Terra.
   "Nossa equipe só viu isso em uma localidade de Vênus. O fato de Akatsuki estar lá por alguns anos e equipada com um tipo correto de câmeras vai permitir potencialmente detectar mais desses eventos vulcânicos ativos", concluiu Wilson.



Com informações de: https://noticias.uol.com.br

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

A Lua é muito mais velha do que todos imaginávamos



   A Lua é milhões de anos mais velha do que então imaginavam os cientistas. De acordo com uma nova pesquisa feita pela Ucla (Universidade da Califórnia, em Los Angeles), ela possui pelo menos 4,51 bilhões de anos. São entre 40 milhões e 140 milhões de anos a mais do que se pensava anteriormente .
   Os resultados são frutos da análise de Zinconitas, materiais da Lua trazidos à Terra pela missão Apollo 14, em 1971. Por muitos anos, os cientistas utilizaram diferentes técnicas para tentar calcular a idade do satélite natural da Terra. Agora, o estudo publicado na revista Science acredita ter chegado a números exatos.
   "Finalmente definimos uma idade mínima para a Lua", diz Mélanie Barboni, autora principal do estudo e geoquímica da Ucla. De acordo com a pesquisadora, a Lua foi formada por uma violenta colisão entre a Terra e um "embrião planetário" chamado Theia.
   A nova idade indicada pelos cientistas trás consigo outros significados para o astro. Um deles é o de que a Lua teria se formado "apenas" cerca de 60 milhões de anos após o nascimento do Sistema Solar. Essa consequência é importante, já que informações novas sugerem para os astrônomos que buscam entender a evolução inicial da Terra. Os cientistas não sabem dizer o que existia antes do impacto que teria criado a Lua.
   Determinar a idade das rochas da Lua não é fácil, pois a maioria delas é compostas por uma mistura de rochas de diferentes origens. Contudo, Barboni foi capaz de estudar oito Zinconitas em estado puro. Foi possível chegar a idade analisando a redução da sua idade radioativa do urânio das rochas.
   "Zinconitas são os melhores relógios da natureza", diz Kevin McKeegan, professor de geoquímica e um dos participantes do estudo. "E o melhor mineral na preservação da história geológica, revelando onde elas se originam."

A Lua era líquida em seus primórdios
   De acordo com as pesquisas, a colisão da Terra com Theia criou uma lua liquefeita, que depois se solidificou. Os cientistas acreditam que a maior parte da superfície da Lua foi coberta por magma logo após a sua formação.
   As medições do urânio-chumbo (o decaimento radioativo do urânio faz com que essas rochas terminem como chumbo) revelam quando as Zinconitas aparecem pela primeira vez no oceano de magma da Lua recém-nascida. Quando esse magma se esfriou, formaram-se o manto e a crosta da Lua.
   "A idade real da Lua remonta à sua pré-história, antes de se solidificar", diz Edward Young, geoquímico.

Nova teoria para o surgimento da Lua
   A Lua pode ter sido formada pelo impacto de uma série de pequenos corpos com uma Terra embrionária (falamos desse assunto nesse blog: https://blogdeastronomia0012.blogspot.com.br/2017/01/novo-estudo-pode-derrubar-principal.html ) e não pelo choque de um único corpo celeste do tamanho de Marte. Segundo esta hipótese, cerca de um quinto do material da Lua teria vindo da Terra, e o resto do segundo corpo.
   No entanto, a composição da Terra e da Lua são quase idênticas, uma probabilidade que há muito tempo intriga os defensores da hipótese do impacto único. Tais impactos múltiplos teriam escavado mais material da Terra do que um único impacto, o que significa que os satélites resultantes se assemelhariam mais à composição do nosso planeta, disseram os autores do estudo.



Com informações de: https://noticias.uol.com.br

domingo, 15 de janeiro de 2017

Colisão entre estrelas vai iluminar o céu da Terra em uma noite de 2022


   Não é fácil prever eventos astronômicos em curto prazo de tempo. Mas uma equipe de cientistas dos EUA diz não ter dúvidas de que em cinco anos veremos uma colisão entre estrelas a olho nu, para a alegria dos admiradores do céu noturno.
   Assim, no ano de 2022 (alguns meses antes ou depois), um brilho intenso, maior do que o de qualquer outra estrela, poderá ser observado. O clarão será fruto da colisão e fusão de uma estrela binária denominada KIC 9832227 que está à 1.800 anos-luz da Terra.
   Esse sistema binário possui um brilho tênue que não conseguirmos enxergar. Mas, no momento do choque, ele ficará 10 mil vezes mais intenso. Será uma nova estrela, visível temporariamente na constelação de Cisne.
   O par que explodirá é estudado desde 2013 pelos cientistas. Ao longo desse período, a dança da morte entre as duas estrelas foi bastante documentada, permitindo grande certeza nas previsões.
   Nas pesquisas, os cientistas descobriram que a velocidade de órbita do ponto estava ficando cada vez mais rápida, o que indicava a existência de duas estrelas se aproximando.



   As estrelas estão tão próximas que já compartilham a mesma atmosfera (mais ou menos como na concepção artística acima). O comportamento da KIC 9832227 remete a outra estrela binária, a V1309 Scorpii, que também tinha uma atmosfera combinada, girava cada vez mais rápida e explodiu inesperadamente em 2008.
   Ao explodir, o par formará uma "nova vermelha" (fenômeno caracterizado pela fusão de uma estrela binária). Os pesquisadores dizem que continuarão a monitorar a KIC 9832227 para ter certeza sobre o momento do choque, previsto para daqui a cinco anos.
   Até lá, os astrônomos amadores poderão estudar a colisão, medindo a flutuação do brilho da estrela binária, que ocorrerá em frequência cada vez maior. E no momento mais esperado, todos nós poderemos apreciar o show.



Com informações de: https://noticias.uol.com.br

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Brasil lançará missão à Lua até 2020 para estudar vida no espaço


   Um time de cientista de instituição de ponta do Brasil, com parceria da iniciativa privada, pretende lançar até 2020 a primeira missão do país à Lua: um nanossatélite com experimentos científicos.
   Batizado de Garatéa-L, ele terá o objetivo de realizar pesquisas para estudar características da vida do espaço.
   Os brasileiros pretendem aproveitar um dos nichos mais promissores da exploração espacial: os nanossatélites. Enquanto os dispositivos tradicionais são geringonças do tamanho de carros populares que facilmente ultrapassam as três toneladas, os chamados "Cubesats" são muito mais compactos e podem confortavelmente ficar abaixo dos 8 kg.
   O fato de eles serem pequenos, não os torna menos poderosos. Esta é uma área em que muitas empresas eram bastante céticas, mas que hoje recebe bastante investimento. Os bons investimentos atraíram os maiores fabricantes do mundo", explica Lucas Fonseca, engenheiro espacial da empresa Airvantis e gerente da Garatéa-L.
   O projeto reúne pesquisadores de boa parte dos centros de excelência em espaço do Brasil: o Inper (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), a USP, o LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron), o Instituto de Mauá de Tecnologia e a PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).
   Juntos, os cientistas estão delimitando os detalhes dos experimentos que serão levados ao espaço, mas os projetos iniciais já transparecem a ambição do grupo. Além da pesquisa lunar em si, o Garatéa-L dará ênfase à astrobiologia, o ramo que estuda as condições de vida no espaço.
   A missão custará R$ 35 milhões e a captação de verbas ainda não teve início. O financiamento é o principal obstáculo. "É mais fácil fazer ciência de ponta na Lua do que conseguir as verbas necessárias", diz o líder da missão.

 Ilustração mostrando a forma, o tamanho e o peso do Cubesat

   Nos mais de 50 anos do programa espacial brasileiro, não faltavam planos para explorar o espaço profundo, mas as iniciativas esbarravam na falta de verbas. Por conta do histórico negativo, a equipe que capitaneia o projeto decidiu buscar fontes alternativas de financiamento, além de pleitear verbas de agências de fomento.
   "É triste, mas o Brasil não honrou seus compromissos, Nem com a NASA com a construção da Estação Espacial Internacional, nem com o ESO (Observatório Europeu do Sul) com os telescópios, por isso, sendo bem realista, nós optamos com uma via que não dependa de recursos do governo", justifica responsável pela missão.
   A ideia é criar uma combinação de investimentos privados, tanto através de patrocínio como também de negociação de royalties e direitos de uso do conhecimento gerados e até de eventuais patentes.

Buscando a vida
   O nome da missão vem do tupi-guarani em que garatéa significa busca vida. A nomenclatura foi escolhida devido ao forte componente da missão de estudo da vida. O "L" foi a acrescentado no fim para indicar que se trata de uma missão lunar, uma vez que o grupo também conduz a Garatéa em balões de grande altitudes (a cerca de 35 km de altura).
   Apesar de significar "busca vida", o cientista principal da missão, Douglas Galante, apressa-se de explicar que não se trata de uma tentativa de encontrar vida no satélite da Terra.
   "Já sabemos há muito tempo que a Lua é um ambiente muito hostil à vida. O que nós tentamos fazer agora é usar um satélite na Lua para testar os limites da vida em ambiente hostil", diz o pesquisador  do LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron) em Campinas.
   Quando estamos na Terra, seu campo magnético serve como um escudo contra a perigosa radiação que vem do espaço. Fora do planeta, essa defesa contra os efeitos nocivos dos raios cósmicos já não existe. E são precisamente os efeitos disso que os pesquisadores querem analisar.
   Embora os detalhes dos experimentos ainda não estejam fechados, o grupo pretende enviar pelo menos dois experimentos para avaliar os danos causados a colônias de bactérias no ambiente inóspito do espaço.
   "Deverão ser seis meses de exposição intensa a essa radiação. Algo inédito. Vamos testar a resposta de sistemas biológicos e esse fundo de radiação e outros fatores de estresse", completa o pesquisador.
   A Garatéa-L vai expor mais do que bactérias aos raios cósmicos: estão previstos também experimentos com tecidos humanos. A ideia é ver também como esse material reage ao ambiente hostil do espaço. Segundo o responsável da missão, é possível que os dados coletados sejam úteis inclusive para auxiliar na preparação de missões tripuladas de longa duração, como uma eventual viagem à Marte.
   "O objetivo principal é avaliar o efeito da micro-gravidade e da radiação lunar (espaço profundo) numa cultura de células humanas. Com isso, busca-se entender como estas células se comportam em termos de proliferação, sobrevidas e alterações genéticas durante a exposição ao ambiente hostil do espaço", explica Thais Russomano, médica, pesquisadora de medicina espacial da PUC-RS e uma das responsável pelo experimento.
   "As análises da células a serem efetuadas durante a missão lunar vão depender da capacidade técnica que estará disponível para tanto. Nós ainda estamos na fase de várias definições", pondera ela.

Imagem do módulo Cubesat principal responsável da missão Garatéa-L

Desafio
   Envolvido na missão Rosetta da ESA (Agência Espacial Europeia) - primeira a conseguir pousar uma sonda em um cometa, em 2014 -, o gerente do projeto Garatéa-L, Lucas Fonseca, diz sempre ter sido um apaixonado pelo espaço e que sempre sonhou em fazer pesquisa de ponta nessa área no Brasil.
   "Eu sempre pensei muito em como o Brasil poderia fazer pesquisas em espaço profundo em um valor mais em conta, mas adaptado a nossa realidade. E os Cubesats permitem esse tipo de estudo. É revolucionário, a miniaturização permite muita coisa ao mesmo tempo que é também um grande desafio de engenharia", diz Fonseca.
    A ideia do grupo é usar a miniaturização e experiências anteriores de economia para baratear a missão ao máximo.
   Previsto para 2020, o lançamento será uma parceria das agências espaciais europeia e do Reino Unido com duas empresas britânicas, dentro de sua primeira missão comercial de espaço profundo - a Pathfinder.
   O material será posto em órbita pelo foguete indiano PSLV-C11, o mesmo que enviou com sucesso a missão Chandrayaan-1 para Lua, em 2008.
   Com cerca de 7,2 kg o nanossatélite brasileiro terá a companhia de dispositivos semelhantes fabricados em outros países, com diferentes objetivos.
   Os responsáveis pelo Garatéa-L pretendem aproveitar a missão ainda para fazer um trabalho amplo de divulgação científica e de popularização da ciência com crianças e em especial, com jovens e mulheres.
   



Com informações de: http://www1.folha.uol.com.br